01 de setembro 2022
Durante décadas, o Sistema Elétrico Nacional funcionou numa lógica centralizada e unidirecional, prevalecendo a ordem “natural” de (1) Produção, (2) Transporte, (3) Distribuição e (4) Consumo. Para as necessidades que existiam e para pressupostos considerados, sempre funcionou bem!
Mas já não é suficiente! Temos de avançar para outras soluções que entreguem mais valor e que vão de encontro às exigências dos tempos em que vivemos, ao mesmo tempo que asseguram a estabilidade da rede e o necessário equilíbrio entre soluções intermitentes e não intermitentes.
Por si próprio e em contexto europeu, Portugal possui duas grandes referências: o Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC) e o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050. Em ambos, as metas são bastante ambiciosas e há um caminho importante a percorrer. É exatamente esta nova exigência que nos deve empurrar para encontrar novas soluções e melhores caminhos, permitindo principalmente que as empresas e as pessoas (consumidores domésticos) tenham um novo papel, diria mesmo, uma nova e reforçada centralidade no sistema elétrico nacional.
Somos da opinião que este caminho já se iniciou, quando em janeiro de 2022 (Decreto-Lei n.º 15/2022), foi publicada legislação atualizada sobre as Comunidades de Energia (expressão que abrange o ACC e as CER), através da qual, as empresas promotoras passam a contar com um enquadramento claro e inequívoco, permitindo definitivamente impulsionar investimentos juntos dos clientes – em contexto de Comunidades de Energia.
Para que fique claro: o autoconsumo individual (ACI) cumpriu bastante bem o seu papel nos últimos anos e, mesmo atualmente e em alguns contextos específicos, continua a ser uma solução bastante adequada. Mas estamos absolutamente convencidos que a legislação publicada relativa às Comunidades de Energia, reforça esta última solução, no sentido em que agrega todas as vantagens apresentadas pelo ACI, reduz algumas limitações e acrescenta camadas adicionais de vantagens, apenas passíveis de serem obtidas sob a solução das Comunidade de Energia.
Na edição nº 35 da Smart Cities, publicou-se uma entrevista com Nelson Lage, presidente da Agência para a Energia portuguesa, a qual titula-se de modo absolutamente claro: “Não vamos conseguir cumprir as metas sem esta grande aposta nas CER”.
Perante a pergunta sobre a viabilidade das Comunidades de Energia, Nelson Lage responde do seguinte modo: “É verdade que precisamos de comunicar e informar mais; é preciso um trabalho de maior proximidade, junto dos consumidores, dos municípios, de quem nos procura para informar sobre o potencial destas comunidades; mas, sim, as CER e o modelo de produção descentralizada são claramente uma realidade que pode, e deve, contribuir para as metas que estão em cima da mesa. Não vamos conseguir cumprir as metas sem esta grande aposta nas CER e num modelo descentralizado. Neste cenário, compete à ADENE informar, capacitar, estar ao lado de quem procura informação – e estamos a fazê-lo.”
Fica bastante claro o empenho que uma das principais agências no setor energético em Portugal, bem como o seu presidente, coloca nesta solução e não poderíamos estar mais de acordo!
A Energia Unida, enquanto empresa do grupo Greenvolt que lidera a criação e gestão das Comunidades de Energia em Portugal, assume, com confiança e ambição, um papel de liderança no mercado português. Enquanto equipa, estamos 100% focados em entregar uma solução transversal e sem complicações, suportada numa plataforma eletrónica especialmente desenhada para entregar informação fiável, para que todos os membros de uma comunidade de energia – sejam produtores ou consumidores – possam ter acesso permanente a tudo o que está a ocorrer na sua comunidade, independentemente do papel de cada um. Simples.
É nisto em que acreditamos e é para isto que trabalhamos todos os dias: para que seja possível produzir energia limpa, mais barata e para todos!
Venha partilhar o futuro.
Rui Falé, Diretor Comercial da EU