16 março 2023

Gestão de Comunidades de Energia

A perspetiva de uma Gestora de Comunidades.

Gerir comunidades de energia é um conceito novo no mercado português. À medida que vão nascendo as primeiras comunidades de energia em Portugal é importante estabelecer como e quem vai ficar responsável pela sua gestão.

Quem é responsável por gerir as Comunidades de Energia?

A designação “comunidades de energia” abrange as figuras legais de Autoconsumo Coletivo (ACC) e Comunidades de Energia Renovável (CER). Uma das grandes diferenças entre as duas é quem fica responsável pela sua gestão. Numa CER a gestão fica a cargo da própria comunidade (ou poderão nomear um terceiro). Enquanto em ACC a gestão fica a cargo de uma entidade denominada de EGAC (Entidade Gestora do Autoconsumo Coletivo), e é aqui que entramos nós com os nossos próprios gestores de comunidades de energia.

Uma das nossas gestoras de comunidades de energia, Eduarda Grilo, ajudou-nos a esclarecer algumas das questões mais relevantes sobre este assunto.

Porquê fazer parte de uma Comunidade de Energia?

As comunidades de energia são uma solução aliada ao desenvolvimento sustentável. Ao fazer parte de uma comunidade de energia, para além do impacto económico que os membros da mesma vão sentir, ao consumirem energia mais barata face à energia da rede, estarão também a contribuir para o ambiente e para a transição climática através de energia limpa. Por outro lado, ainda irão contribuir para a sociedade, ou melhor, para a sua comunidade, ao partilhar a energia excedente entre os vários membros.

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As Comunidades de Energia podem fazer a diferença?

É consensual que a crise climática é um dos principais desafios do nosso século. E que o caminho passa pela consciencialização e pela ação coletiva. Mesmo que possa ser difícil ter esta perceção, o comportamento individual de cada um de nós pode causar um grande impacto. Apesar de, por vezes, parecer uma pequena gota no oceano. Como li há uns dias: “a motivação pode gerar a ação, mas – o que é mais notável – a ação também pode gerar a motivação.” [1].

Como é o teu trabalho e em que consiste a gestão de uma Comunidade de Energia?

No meu dia a dia, acompanho o processo de construção e implementação das várias comunidades de energia. Desde o momento em que o cliente abraça o nosso desafio até estar a autoconsumir energia solar. Somos o ponto de contacto entre o cliente e as nossas várias equipas.

Para além de acompanhar o cliente em todas as fases, é também da nossa responsabilidade garantir que há sempre membros consumidores na comunidade. O objetivo é evitar o desperdício de energia excedente. Assim, é nosso papel o controlo da entrada e saída de membros da comunidade bem como a identificação da necessidade de angariação de novos membros consumidores.

Este último, é bastante simples e rápido. Um potencial consumidor pode ser inserido numa comunidade à sua volta desde que esteja entre 2 a 4 km (dependendo do nível de tensão do membro produtor) e que a comunidade tenha energia disponível.

A nossa missão é entregar ao cliente um produto de excelência e garantir a melhor experiência. Dedicamos a nossa energia para criar relações de confiança.

É possível uma comunidade ficar sem energia disponível?

Sim, é possível. Até porque cada produtor tem um limite de energia para partilhar e, como tal, um limite de consumidores.

No entanto, há sempre a hipótese de introdução de novos membros produtores e, como resultado, mais energia para partilhar. Neste sentido, estamos sempre prontos a receber novos membros consumidores. Porque mesmo que no imediato não haja nenhuma comunidade de energia com “espaço”, assim que surgir uma “vaga” ele poderá juntar-se.

Daí ser tão importante ter uma entidade gestora da comunidade, como é o caso da Greenvolt Comunidades, empresa do Grupo Greenvolt.

Como cada um pode participar e ter um impacto multiplicador?

Há uma tendência, quase que natural, dos seres humanos para escolher e tomar as decisões que a maior parte dos indivíduos toma. Sobretudo as ações dos indivíduos que o rodeiam. É o chamado “efeito manada” [2]. Este efeito, quando “bem-utilizado”, pode ser muito poderoso.

Imagine que aproveita a área útil do telhado da sua empresa ou do seu condomínio para instalar uma central fotovoltaica. Daqui vai retirar logo efeitos como:

– A poupança na sua fatura da eletricidade;

– A melhoria da eficiência energética do seu edifício;

– A valorização do seu imóvel;

– Entre outras…

Para além disso, no período diurno, toda a energia que a sua central estiver a produzir e que não precisar, pode ser partilhada com a comunidade. Assim, esta terá a oportunidade de aceder a energia mais barata e limpa sem ter de instalar uma central fotovoltaica. Até porque muitos dos consumidores não têm possibilidade de instalar uma.

Neste pequeno, mas importante exemplo, a sua decisão impactou não só a sua vida como também a dos que o rodeiam, permitindo-os ter acesso também a energia limpa sem qualquer necessidade de instalação de painéis solares.

Da mesma forma que vê estes benefícios diretos, os que lhe estão próximos vão também querer seguir o seu exemplo.  

Se quer fazer parte desta mudança, basta preencher o nosso formulário e será contactado por um dos membros da nossa equipa.

[1] Foer, J. S. (2019). We are the weather: Saving the planet begins at breakfast. Penguin UK.

[2] Thaler, R. H., & Sunstein, C. R. (2009). Nudge: Improving decisions about health, wealth, and happiness. Penguin.

A mudança começa em si.
Conheça as vantagens de ser Produtor ou Consumidor de uma Comunidade de Energia